Em audiência pública realizada na segunda-feira, 17, representantes dos trabalhadores denunciaram o processo de desmonte das empresas estatais e a necessidade de envolvimento da população no combate à privatização do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Correios e Petrobrás e suas subsidiárias. Coordenada pelo deputado estadual Tadeu Veneri (PT), a audiência discutiu o papel das empresas públicas no desenvolvimento do país e na prestação de serviços à sociedade.
O secretário geral da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (Fentect), José Rivaldo da Silva, relatou que os Correios estão em processo de desmonte, em que o número de trabalhadores foi reduzido de 118 mil, em 2011, para 103 mil, em 2019, e agências foram sendo fechadas em todo o pais. “O projeto é fechar mais de duas mil agências, substituir por quiosques e terceirizar os serviços”, afirmou. Ele destacou que a conta da privatização será paga pela população que irá ter serviços mais caros e menos eficientes.
O diretor da Federação Única dos Petroleiros (Fup) e do SindiPetro, no Rio Grande do sul, Dary Becker, explicou que o projeto de venda fatiada da Petrobras e subsidiárias levará a empresa ao esvaziamento paulatino até a extinção, para fazer do Brasil um país dependente das petroleiras internacionais. “O parque de refinarias da Petrobras atende hoje 98% da necessidade do país. Os combustíveis poderiam ser hoje muito mais baratos para a população, mas optou-se pelo preço de paridade das importações para que o capital internacional lucre cada vez mais”, disse.
Das vinte e cinco maiores empresas de petróleo do mundo, apenas seis são privadas, destacou Becker. E entre as cinco maiores, apenas uma é privada, comparou o representante dos trabalhadores, destacando que o Brasil, sob os governos Temer e Bolsonaro, estão na contramão da tendência internacional de manter sob o controle público setores estratégicos como o do petróleo.
A secretária da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, Fernanda Lopes de Oliveira, destacou que o fim dos bancos públicos pode deixar milhões de brasileiros desassistidos. Sessenta por cento dos municípios brasileiros não dispõem de uma única agência bancária privada, expondo o modelo de concentração dos serviços nos grandes e lucrativos centros.
Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal respondem ainda por 50% do financiamento agrícola do país e 100% do crédito imobiliário. Além de concentrarem 62% dos recursos da poupança nacional, um quinhão altamente cobiçado pelos bancos privados, ressaltou.
O ex-governador e ex-senador Roberto Requião, do PMDB, disse que a venda das principais empresas brasileiras faz parte de uma guerra geopolítica internacional, envolvendo a China e seus adversários comerciais. “Se eles conseguirem controlar o petróleo e a produção agrícola, acabou o crescimento da China”, afirmou.
Para o senador, é preciso fortalecer a proposta do referendo revogatório para anular a queima do patrimônio público nacional. “O que já compraram e o que vão comprar as nossas empresas estão comprando mercadorias roubadas porque esses governos não têm legitimidade para vender o que pertence ao conjunto da população brasileira”, afirmou.
Além dos dirigentes sindicais das categorias de bancários, petroleiros, petroquímicos e trabalhadores dos Correios. Estiveram entre os participantes da audiência os deputados estaduais professor Lemos, Requião Filho e Arilson Chiorato, o secretário de Comunicação da CUT, Roni Barbosa, o secretário geral da CUT no Paraná, Marcio Kieller , e a diretora da Nova Central Sindical do Paraná, Rosicler Torquato, e o Coordenador do sindicato dos Petroquímicos do Paraná, Santiago Silva.
Fonte: Mandato do Deputado Tadeu Veneri
Solenidade de lançamento teve sala lotada e adesão de diversas organizações da sociedade civil.
Será na próxima segunda-feira (17), às 09h00, na Assembleia Legislativa do Paraná.
Ato de lançamento acontece às 19h00, no Prédio Histórico da UFPR, em Curitiba-PR.
Decisão impede a privatização da Repar e outras refinarias, assim como a Fafen-PR e a TAG.
Começou na noite desta quinta-feira (23) a 8ª Plenária Nacional da Federação Única dos Petroleiros. Com o tema “Liberdade Sindical, Direitos e Petrobrás do Povo”, a PlenaFUP reúne cerca de 200 trabalhadores em Belo Horizonte (MG), na Escola Sindical de Canoas.
Durante a Solenidade de Abertura houve uma homenagem a Márcio Nicolau Machado, ex-presidente do Sindipetro Minas Gerais, vítima de um trágico acidente de carro no início do ano. Foi exibido um documentário com diversos depoimentos sobre o sindicalista e sua atuação junto aos movimentos sociais mineiros.
As falas na mesa de abertura destacaram a importância da realização de uma plenária da categoria diante da conjuntura atual, na qual o governo tenta acabar com a soberania do país, entregando as riquezas nacionais, ao mesmo tempo em que submete os trabalhadores à flexibilização de direitos e à reforma da previdência de características cruéis. Como se não bastasse, o governo ainda ataca o ensino público, colocando a nação na rota de se tornar uma colônia extrativista e de mão de obra barata.
Para o coordenador da FUP, José Maria Rangel, os petroleiros têm pela frente uma campanha reivindicatória difícil. "Em momento como esse, a palavra resistência ganha um significado ainda maior. Será com a nossa luta e com o nosso compromisso em transformar o Brasil que iremos enfrentar aqueles que desejam submeter o nosso destino, entregando a nossa dignidade e a nação soberana. Estamos aqui reunidos para debater a proposta de enfrentamento ao desmonte do Sistema Petrobrás e de resistência às ações do governo Bolsonaro de retirada de direitos e de ataques às entidades sindicais", destacou.
Com o desafio de construir uma ampla agenda de luta contra o desmonte do Sistema Petrobrás e em defesa dos direitos da categoria, os petroleiros iniciam nesta quinta-feira, 23, a 8ª Plenária Nacional da FUP. O evento reúne cerca de 200 trabalhadores em Belo Horizonte, na Escola Sindical Sete de Outubro.
Além das reformas ultraliberais do governo Bolsonaro que afetam toda a classe trabalhadora, os petroleiros enfrentam uma das campanhas reivindicatórias mais duras da história da categoria. Na quarta-feira, 22, os gestores da Petrobrás apresentaram uma proposta de desmonte do Acordo Coletivo de Trabalho, que aniquila direitos e benefícios sociais e ataca frontalmente as organizações sindicais, pavimentando o caminho para a privatização da empresa.
É nessa conjuntura repleta de desafios que acontece a 8ª Plenafup, cujo tema “Liberdade Sindical, Direitos e Petrobrás do povo” sintetiza os desafios postos para a categoria petroleira.
Programação:
23/05 – quinta-feira
9 h – Chegada das delegações e início do credenciamento
10h – Encontro do Jurídico e Encontro de Comunicação
15h - Eleição da mesa diretora, leitura e aprovação do Regimento Interno
18h – Mesa de abertura do VIII PLENAFUP
24/05 – sexta-feira
07h – ato na Regap contra a venda das refinarias da Petrobrás e o aumento dos combustíveis
14h15 – Painel de Debate - Reforma da previdência ou ajuste fiscal para os pobres?
17h30 - lançamento do livro do INEEP
25/05 – sábado
09h – Painel de Debate - Efeitos da reforma trabalhista e Liberdade sindical - Por que querem acabar com os sindicatos?
11h - Painel de Debate - A privatização e a política de preços da Petrobrás - A farsa da Lava Jato
15h – Trabalhos em grupos:
Grupo 1 – Luta contra a Privatização da Petrobrás e Calendário da Campanha
Grupo 2 – Resoluções 23 e 25 da CGPAR – efeitos sobre a AMS e Previdência
Grupo 3 – Desafios à representação sindical
26/05 – domingo
09h – Plenária Final e apreciação do Relatório da Comissão de Ética a respeito do afastamento disciplinar de dirigente da FUP
12h - Retorno das delegações
[FUP]
Nenhum direito a menos, foi o grito dos petroleiros durante a reunião de negociação do Acordo Coletivo de Trabalho 2019-2021, que aconteceu hoje no Rio de Janeiro. Em mesa única, com representantes da FUP e FNP, a Petrobrás apresentou sua contraproposta que mal dá para considerar como tal. Mas como um documento que retira direitos e visa acabar com o movimento sindical.
Para o coordenador da FUP, José Maria Rangel, esta é mais uma etapa da privatização. “Ela quer pavimentar o caminho para a privatização da empresa. Que é retirar os nossos direitos e também praticamente aniquilar o movimento sindical. Por isso nós temos que resistir e participar das assembleias rejeitando essa proposta com disposição de luta, que será necessário”, comenta.
O indicativo é de rejeição
Como a empresa apresentou a contraproposta antecipadamente sem sequer negociação com os sindicatos, invertendo a ordem do processo, ficou decido pelos representantes dos trabalhadores que os petroleiros não comparecerão nas reuniões que aconteceriam nos dias 27 e 28/05, pois a postura da empresa na primeira rodada inviabiliza qualquer tipo de reunião sem que antes sejam realizadas as assembleias com a categoria.
“Uma proposta absurda”. Foi como classificou o diretor da FNP, Adaedson Costa. “Essa é uma pauta da alta direção da empresa para acabar com os direitos dos trabalhadores e vender o refino e tudo que for possível a preço vil”. A contraproposta foi distribuída para a categoria pela empresa ao mesmo tempo em que acontecia a reunião com as entidades sindicais, em uma demonstração clara de como pretendem gerir a empresa nos próximos anos. Desrespeitando os trabalhadores, e descumprindo o Acordo Coletivo de Trabalho.
Sendo assim, até o dia 6 de junho acontecerão assembleias em todas as bases para rejeitar essa proposta, demonstrando a disposição de luta da categoria. A proposta tem que ser uma só: NENHUM DIREITO A MENOS.
Vai ter resistência
Ainda na mesa de negociação, o coordenador da FUP, fez questão de lembrar aos presentes que quem construiu a Petrobrás foram os trabalhadores. “Não vamos ver isso acontecer e ficar quietos. Vai ter resistência. Porque nós todos construímos essa empresa com o objetivo comum de uma Petrobrás indutora do desenvolvimento nacional. E provamos que isso é possível, tanto que descobrimos o Pré-sal”.
Entre os dias 23 e 26 de maio, os petroleiros dos sindicatos filiados à FUP estarão em Minas Gerais para a VIII PlenaFUP, onde serão traçadas estratégias e um calendário de luta contra a privatização e em defesa dos direitos e da liberdade sindical, que será apresentado para a categoria. Por isso é muito importante a participação de todos e todas nas assembleias do mês de junho. Juntos somos mais fortes.
[FUP]