Em uma terra onde se produzia gás de cozinha, caminhão carregado já não há. E os trabalhadores que tudo produziam, estão na luta para que a produção retorne para lá. Desconstruindo o clássico poema “Canção do Exílio” de Gonçalves Dias, pode-se dizer que, caso a classe trabalhadora não una forças, ficará com tanta saudade da Petrobrás estatal, que há riscos de se sentirem exilados dentro do próprio Brasil.
Isso porque, caso a atual gestão da Petrobrás continue promovendo a desindustrialização do país e desmonte do Sistema Petrobrás, a cidade de São Mateus do Sul sofrerá forte impacto, já que lá está instalada a Usina do Xisto (SIX), onde a produção de gás de cozinha está, inexplicavelmente, parada e a população local pagando preços absurdos nesse item básico.
Diante disso, hoje (06), os petroleiros em greve fizeram mais um ato em benefício da sociedade. A mobilização foi em frente à SIX e, na oportunidade, foram doados 200 recargas de gás de cozinha para botijão de 13kg. O protesto foi inédito na cidade e serviu para alertar à população sobre o desmonte do Sistema Petrobrás, que afeta toda região que depende da Usina.
Para o dirigente do Sindipetro PR e SC, que trabalha na unidade, Rafael Palesnke, este protesto diferente em São Mateus do Sul “é para mostrar que estamos pagando muito caro nos derivados do petróleo. Sem contar que a SIX produz gás de cozinha e não há qualquer justificativa para pagarmos esse absurdo de caro com uma fábrica na cidade”.
“Na Usina do Xisto se produz GLP. A Petrobrás poderia oferecer uma política de preços mais justa para a população de São Mateus do Sul. No entanto, não encontramos mais caminhões sendo carregados por aqui”, completou o dirigente do sindicato.
Para o Sindipetro PR e SC, é possível vender o gás de cozinha a custo de produção nacional, mantendo o lucro das distribuidoras, revendedoras, da Petrobras e a arrecadação dos impostos dos estados e municípios.